sábado, novembro 22, 2008

Então encontra-me


Sou a ave que voa
No céu azul,
Sou o polvo que se esconde
Na água profunda,
Sou insecto que deambula
Na floresta densa,
Sou mamífero que caminha
Na Terra confusa.



Vejo o que sinto e sinto o que vejo
Sinto, pressinto,
Esmoreço … Aborreço … Entristeço.



Não estou mais perdido
No absíntico Labirinto
Pois,



Sou a brisa que esvoaça o teu cabelo
A chuva que te toca nos lábios
A neve que reluz no teu olhar
O fogo que toca a tua pele
Mas não queima.





Procurei-te
Deixei-me alcoolizar
Perdi-me no Labirinto.
Procuro as migalhas da minha alma
Desfeita,
No pó da Terra seca.



Aos poucos junto-as
E encontro o caminho de volta.


De volta ao conforto
De volta ao calor
De volta … simplesmente



Pois …
Agora não sou a ave,
O polvo, ou até o fogo.


Agora concentro-me
Num único invólucro.
E embora gostasse de te
Procurar, terás tu de me
Encontrar.



Então encontra-me.