domingo, abril 12, 2009

Caldo de Terra, lava e massa cinzenta talvez bolorenta

Aqui não há água senão suja

Verdusca!

Como isto custa!


Da terra infértil nascem os idiotas

Que dão sabor esta sopa

Mas que bela marinada!


Não sou cozinheiro, muito menos

Cliente.

Absorto do lado de fora

Á janela espreito.


Espio os deliciosos clientes

Manjando a sopa

Como se parte dela fizessem


BAH!! Ahahahah


Louco, puro louco.

Demente

Mas Contente!

Não!

Satisfeito.

Já é mais a preceito!


Vagueio p'las ruas na esperança de um restaurante.

Onde me paguem pra comer o merdoso

Monte de Bosta que mais ninguém quis.

Sorrio!

Como, aprecio, repito

Desejoso por mais.


Respiro o espírito pescador do restaurante onde me encontro só

Até

Ao dia

Que me for embora, ou que quiser ficar de vez!


Que dirá o cozinheiro?


Mostro-me! Sou feito da mesma massa bolorenta

Que fora um dia cinzenta

Mas hoje é negra!

Mesma cor da escuridão que nos envolve

Absorve

E junto vai este restaurante

Enorme

Gigante

Entediante.


A chuva para lá fora.

Como quem quer entrar

A porta embate contra as calhas que a amparam

Repetidamente


Olho para o cozinheiro

Vou abrir

Será chuva? Será gente? [ me desculpa mas não consegui resistir ao teu agradável toque de fala ]

Chuva não é certamente, pois não chora, ri ou mente.

E gente não pára aqui!


Rodo a chave e a criança em mim cresce

Pois assim este restaurante floresce

Com mais alguém que coma aqui!


E vi que na escuridão se escondia uma sombra

Que me leva o resto da vida.


- vais entrar? - Disse desinteressado - só mesmo Bosta pró jantar. Também temos p'ra levar.

- uhm uhm uhm