Então encontra-me
Sou a ave que voa
No céu azul,
Sou o polvo que se esconde
Na água profunda,
Sou insecto que deambula
Na floresta densa,
Sou mamífero que caminha
Na Terra confusa.
Vejo o que sinto e sinto o que vejo
Sinto, pressinto,
Esmoreço … Aborreço … Entristeço.
Não estou mais perdido
No absíntico Labirinto
Pois,
Sou a brisa que esvoaça o teu cabelo
A chuva que te toca nos lábios
A neve que reluz no teu olhar
O fogo que toca a tua pele
Mas não queima.
…
Procurei-te
Deixei-me alcoolizar
Perdi-me no Labirinto.
Procuro as migalhas da minha alma
Desfeita,
No pó da Terra seca.
Aos poucos junto-as
E encontro o caminho de volta.
De volta ao conforto
De volta ao calor
De volta … simplesmente
Pois …
Agora não sou a ave,
O polvo, ou até o fogo.
Agora concentro-me
Num único invólucro.
E embora gostasse de te
Procurar, terás tu de me
Encontrar.
Então encontra-me.